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3 de outubro de 2008

O post de hoje não é uma seqüência do assunto postado ontem, entretanto, visa completamentar o que já foi dito e animar ainda mais os colegas juristas para utilizarem as maravilhas da internet em seus escritórios, em sua relação com o cliente e até mesmo expandindo seus horizontes jurídicos.
Escrevi ontem sobre os smartphones que podem ser companheiros de trabalho de um advogado facilitando a movimentação de seus estudos, de sua agenda e de qualquer orientação necessária de última hora.
Hoje, informo aos colegas que mais e mais a tecnologia entra na vida do antigo carregador de livros; mais do que levar seus códigos dentro de um celular, os profissionais do Direito podem não mais ter processos de papel, podem ficar em seus escritórios estudando, informando-se enquanto gerenciam tudo pelo computador, afinal de contas, já estamos nos tempos do Processo Eletrônico no país.
Em entrevista à Revista Jurídica Consulex – Ano XII, no. 272, de 15 de maio de 2008, Alexandre Atheniense, que é advogado formado pela UFMG, especializado em Internet Law e Propriedade Intelectual em Harvard, é, também, Presidente da Comissão de Tecnologia da Informação do Conselho Federal da OAB, discursou sobre o processo eletrônico, seus benefícios e as mudanças na visão do Jurista.
Seu livro, Internet e o Direito é referência no assunto. O advogado falou com propriedade sobre a Era Digital que chega à Justiça Brasileira e as repercussões tanto para os advogados quanto para o cidadão comum.
O Entrevistado disse como o processo eletrônico pode favorecer inclusive a questão ambiental, uma vez que processos “no papel” movimentam cerca de 680 toneladas de papel por ano! Entretanto, o maior benefício será no “combate à morosidade, com redução do tempo inerte de tramitação dos processos físicos, associados à burocracia do papel”. Também há que se falar na eliminação da distância física entre o advogado e o fórum.
Mas, por quê falar tudo isso?
É importante mostrar para os próprios advogados a que rumos anda o Judiciário Brasileiro e como essa transformação é importante num país de grande extensão territorial e com um número absurdamente gigantesco de processos em trâmite.
Também é necessário demonstrar que o profissional do Direito precisa, desde a faculdade, adaptar-se a esses novos conceitos e deixar de lado a idéia dos corredores obscuros, estáticos e opressores da Justiça (como na obra “O processo” de Franz Kafka).
A advocacia caminha para a conciliação, para a transparência e a ética. Quero, inclusive, acreditar que caminhamos para profissionais mais bem preparados não só para o trato com as teses jurídicas, mas também para serem Juristas, para pensarem o Direito, para desenvolverem petições legíveis, para serem orientadores de Direitos, para realmente saberem pronunciar-se sobre o que tanto estudam.

Em tempo:
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Alexandre Atheniense também tem um blog.
* Franz Kafka foi um escritor tcheco, formado em Direito. Advogado, trabalhou a vida inteira na Administração Pública e em quase todos os seus livros mostra a face obscura e opressora da Justiça. Leia mais
aqui.

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