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3 de dezembro de 2009

Coluna das Mulheres

Continuamos na semana do movimento “uma vida sem violência é um direito das mulheres”, da qual faz parte a Campanha do Laço Branco, já comentada na semana passada.

Nesse mesmo sentido, encontramos atividades pela web. Novamente Destaco o Blog Luluzinha Camp, que marcou quatro datas para reflexões com temas postos:

- 25 de novembro: dia da não-violência contra as mulheres;

- 01 de dezembro: dia mundial de luta contra a AIDS;

- 06 de dezembro: Campanha do Laço Branco;

- 10 de dezembro: Dia mundial dos Direitos Humanos.

Essa semana, na cidade onde trabalho teremos um debate público sobre “Políticas de Enfrantamento à violência contra a Mulher”. Vale a pena conferir.

Mulheres

* Foi necessário borrar a imagem, uma vez que o debate tem cunho político e prefiro não revelar a o nome do Vereador.

Também no sentido de luta, de campanha e de apoio, a Revista Claudia, da Editora Abril, tem demonstrado sua importâncias, além dos vários fóruns realizados pela Revista, a mesma se põe como defensora de algumas causas, como o fim do racismo e a contrução da paz.

Inclusive, reproduzo aqui parte da entrevista com Inés Alberdi, diretora executiva da Unifem, no tocante à violência contra a mulher:

CLAUDIA O relatório conclui que a violência contra a mulher – mais especificamente o estupro – está relacionada com o aumento da transmissão do vírus da aids. O dado surpreendeu?
INÉS ALBERDI Não. Em alguns países, 30% das mulheres contam que a primeira experiência sexual foi forçada e muitos desses casos estão nas estatísticas da aids. Há avanços no combate à violência doméstica. Noventa países criaram leis específicas – a Lei Maria da Penha, do Brasil, é uma das mais modernas e completas. O grande problema é a falta de dados porque as denúncias ainda são mínimas. Nossa luta é para aumentá-las e também para identificar e punir os agressores. Só mesmo conhecendo o tamanho da violência, podemos planejar ações efetivas – que envolvem ainda a mudança de mentalidade. Fui a uma reunião no Rio de Janeiro com homens e meninos que discutiram paternidade, equidade de gênero na saúde sexual e reprodutiva. A iniciativa é inovadora, ajuda a entender que masculinidade não é superioridade nem desprezo pelas mulheres. É amor por elas.

CLAUDIA Na Guatemala, houve protestos contra uma marca de sapatos que espalhou outdoors com fotos de mulheres mortas e a frase: “A nova coleção é de matar!” Por que o Unifem publicou o caso no relatório?
INÉS ALBERDI Pela crueza e falta de sensibilidade dos que foram capazes de ligar, de maneira frívola, sapatos a mulheres mortas no país latino-americano que tem o maior número de assassinato de mulheres por ano. O problema lá é gravíssimo. Os movimentos feministas que se sentiram ofendidos mobilizaram a opinião pública e produziram grande im pacto sobre os responsáveis políticos, que determinaram a retirada do anúncio. Foi um passo adiante no sentido de levar autoridades a tomar uma atitude e a prestar contas às mulheres. A cobrança deve ocorrer em todas as áreas onde encontramos problemas ou irregularidades: na Justiça, na prestação de serviços, na polícia, no centro de saúde, na administração municipal, na escola dos filhos. As pessoas não podem perder a capacidade de se indignar e de se defender.

CLAUDIA Ainda morrem 83 crianças em cada mil nascidas vivas. A meta é reduzir a mortalidade infantil a 31 para mil. É possível chegar a esse patamar em 2015?
INÉS ALBERDI A mortalidade infantil por doença e má nutrição decresceu mundialmente de 106 em cada mil nascidos vivos, dos anos 1990, para os números atuais. Não tem sido rápido o suficiente para chegar à meta em 2015. O nível de instrução das mães afeta a sobrevivência da criança. Quanto mais escolarizadas, maior o número de bebês vacinados, por exemplo. Já a morte materna decresceu muito menos. Só a prevenção da gravidez indesejada diminuiria um quarto das mortes. Sem falar na liberalização da interrupção da gravidez. É necessário vontade política e dinheiro para frear o problema.

Por hoje é isso, mas relataremos mais e mais ações ligadas ao movimento em busca da libertação feminina, da busca pelos seus direitos. Até a próxima!

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